Progresso de leitura

Segundo revelações espirituais, a grande decepção daqueles que cometem suicídio é que a vida continua – eles apenas agravam sua situação diante de um problema que teria solução, com humildade, resignação, oração e coragem.

O escritor e jornalista Fernando Sabino declara: “O suicídio tanto pode ser afirmação da morte como negação da vida. Tanto faz. É mentira. E vou explicar: o suicida é aquele que perdeu tudo, menos a vida”.

Há, porém, outro tipo de suicídio, chamado “inconsciente”, que é aquele praticado por pessoas que abusam do que lhes é atrativo: comida, sexo, drogas (entre elas as lícitas – o álcool e o tabaco), excesso de velocidade, imprudência, entre outros desatinos.

Com o conhecimento de mais de vinte anos em dependência química, e agora há quase seis anos tratando pacientes vítimas da adicção, tivemos a desagradável experiência de ver cinco jovens que vieram para o tratamento e o abortaram, não mantiveram a recuperação e cometeram suicídio: quatro por enforcamento e um por envenenamento.

De acordo com dados atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS)*, cerca de 3.000 pessoas por dia cometem suicídio no mundo, o que significa que a cada 30 segundos uma pessoa se mata. Estima-se que para cada pessoa que consegue se suicidar, 20 ou mais tentam sem sucesso, e que a maioria dos mais de 1,1 milhão de suicídios a cada ano poderia ser prevista e evitada.

O suicídio é atualmente uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, embora a maioria dos casos aconteça entre pessoas de mais de 60 anos.

Ainda conforme informações da OMS, a média de suicídios aumentou 60% nos últimos 50 anos, em particular nos países em desenvolvimento.

Cada suicídio ou tentativa provoca uma devastação emocional entre parentes e amigos, causando um impacto que pode perdurar por muitos anos.

A escritora e artista plástica Rita Foelker, em seu livro Palavras simples, verdades profundas, fala sobre “lembretes antissuicídio”.  Muito esclarecedor:

Cinco lembretes antissuicídio:

  1. A vida não se acaba com a morte. A morte significa somente uma passagem para outra vida: a espiritual.

  2. Os problemas não se acabam com a morte. Eles são provas ou expiações que nos possibilitam a evolução espiritual, quando os enfrentamos com coragem e serenidade. Quem se suicida está somente adiando a solução de seus problemas.

  3. O sofrimento não se acaba com a morte. O suicídio só faz aumentar o sofrimento, agravando as suas dores. Os espíritos de suicidas descrevem as dores terríveis que tiveram de sofrer, ao adentrar o mundo espiritual, devido ao rompimento abrupto dos liames entre o espírito e o corpo. Além disso, há o remorso por ter transgredido gravemente a lei de Deus, perante a qual suicidar-se equivale a cometer um assassinato.

  4. A morte não apaga nossas faltas (culpas). A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossa consciência até que as reparemos.

  5. A doutrina espírita propicia esperança e consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportamos as provas do presente.

Devemos buscar transformar as frustrações em aprendizado, e assim vir a compreender que as soluções estão conosco mesmo. Que somente podemos ser afetados por uma pessoa ou situação se nos permitirmos. Sempre somos livres para decidir o que é melhor para nossa vida.

Uma mensagem de muito conforto para a família encontramos neste pensamento do poeta mexicano Amado Nervo: “Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós”.

 

(*) www.abcdasaude.com.br

 

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO é bacharel em direito com especialização em dependência química pela USP/SP/GREA e editor da Editora EME