No mesmo 21 de abril em que lembramos Tiradentes, partiu o primeiro Papa latino‑americano, Jorge Mario Bergoglio, aos 88 anos – e “sem sofrer”, conforme o Vaticano.
Após uma tarde tranquila e o jantar de Páscoa, ele teve um AVC seguido de insuficiência cardíaca e entrou em coma, deixando-nos em paz.
Para nós, espíritas, a dor maior se dá no corpo adoecido, não no momento da desencarnação. Morrer é transpor as fronteiras do físico para uma vida plena, reencontrar amigos e, quem sabe, encarar inimigos, conforme nosso merecimento. A alma se liberta e, do outro lado, segue evoluindo.
Fé e razão
Francisco foi um homem de profundas virtudes: professor de literatura, jesuíta, torcedor do San Lorenzo e reformador incansável da Igreja. Sucessor de Bento XVI por renúncia — inédito na era moderna –, seu legado de carisma e abertura tocou 2,4 bilhões de cristãos, especialmente os 64,6% de brasileiros que se declaram católicos.
Em sua trajetória, mostrou que a fé dialoga com a razão e a humildade rompe barreiras. Que seu exemplo de bondade e coragem inspire em nós a busca pela paz, o acolhimento fraterno e a certeza de que, na grande obra divina, a morte é apenas mais um passo rumo à luz.
— Em nome dos espíritas no Brasil, vibramos pela sua merecida missão de amor e serviço em favor da paz e da difusão do legado do Cristo.
ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO, diretor da Gráfica e Editora EME