INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E OUTROS CRIMES

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Progresso de leitura

Nunca prejudicarás a alguém sem prejudicar-te, e nunca beneficiarás a essa ou àquela pessoa sem beneficiar a ti mesmo.

Emmanuel (Chico Xavier) – Gotas de Luz (FEB)

Um velho habitante da Terra, que viveu há dois mil anos, se encontrou com Jesus e não aceitou seus ensinos e a cura de sua filha, por ser orgulhoso e poderoso, sendo então um senador romano. Como aceitar a mensagem de um simples homem que vivia a pregar um reino desconhecido de todos, o reino dos céus? (Mateus 13.44)

Esse personagem está descrito no livro Há dois mil anos, no qual o espírito de Emmanuel volta ao passado e relata, através da sensibilidade mediúnica de Chico Xavier, a sua experiência martirizante de outrora, quando assiste no circo romano à morte da própria esposa, Lívia, que se convertera ao cristianismo e fora presa nos encontros das catacumbas, por soldados romanos.

No Brasil, comemoramos em 21 de janeiro o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

A Constituição prevê a liberdade de religião, e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa, sendo a prática religiosa geralmente livre no país.

Inclusive uma droga usada no culto do Santo Daime, doutrina amazônica fundada por Raimundo Irineu Serra em Brasileia, no Acre, em 1920, hoje bastante conhecida por seu chá ritualístico, a ayahuasca. A Constituição assegura o culto e seu uso.

Entretanto, a psiquiatra Nora Volkow, 54 anos, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (EUA), afirma que nem mesmo a maconha, ou a substância DMT, presente no chá do Santo Daime, podem ser consideradas inofensivas. Trata-se de um erro. Comprovadamente, ela tem efeitos bastante danosos.

Assim como o racismo, a xenofobia está intimamente relacionada à intolerância religiosa.

Como a religião é uma característica marcante na cultura de um povo, pode-se usar o ataque à religião como ataque àquele povo. Um exemplo disso está no problema da xenofobia enfrentada por muçulmanos provenientes do Oriente Médio, na Europa e nos Estados Unidos.

É comum as minorias religiosas serem tratadas como cidadãos de segunda classe.

Por outro lado, e em outros contextos culturais, meninas e mulheres costumam viver alto risco de serem vítimas de estupro, forçadas a se casarem com seus estupradores – e a se converterem à tradição religiosa dominante.

Por exemplo, na Nigéria: segundo relatório internacional, 95% das mulheres e meninas mantidas em cativeiro por islamitas extremistas são cristãs.

No Paquistão, o relatório sugere que até 70% das mulheres e meninas forçadas à conversão e ao casamento são cristãs, país onde também predominam os muçulmanos.

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO é diretor da Gráfica e Editora EME